AO VENTO QUE ME CARREGUE
vou
do desapego do astronauta
a paixão de uma cadela vagabunda
compro um trecho
de um polo a outro
sem escalas sem escada rolante
voo
com um paraquedas
pelos imprevistos
só um
tende a falhar
mas sempre aceito sugestões
caio de bom grado
na rede de um bombeiro
- Paula Cohen
'Este livro é feito de faces e fases. Contrastes e oásis. Dilemas e dramas. Apontando para o futuro. Corroída na memória. Mas sempiternamente alerta. Aérea e terrena. Aberta ao movimento. Nunca parada no esquecimento.
Para onde for, toda ela, mulher, irá inteira. “Quanta custa um apartamento na lua cheia?”.
Tudo ao mesmo tempo agora. E aqui. Não importa se Cleópatra ou Madalena. “Uma sina buceta de ver o mundo / de desejar o mundo / para dentro de si”.
O mundo que parece ter começado no Uruguai. De onde vem a sua língua-mãe apaixonada. Que nos entrega versos para guardar. Bons para interpretar em voz alta. “Desnuda aprendo que el deseo / no dice fin”. Ou em bom português: “Posso ser aquela que você sonhou / quando fechou os olhos pela primeira vez”.
Saúdo e aplaudo mais esta bela estreia de Paula Cohen. Quando as páginas-cortinas se abrem, é segurar a respiração. E se reconhecer em cada fera, ferida. Frase, imagem. Palavra dramática e lírica.
Ela, agora no papel de poeta, mais uma de suas grandes protagonistas.'
Marcelino Freire
Ilustração - Flavia Erenberg
Vou comer brilhantes para ver se quebro um dente
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