Às vezes um poema é uma bolha. E um livro de poesia, uma ilha semi-deserta onde vive um coração de natureza virgem.
(Há poemas que são bolhas-ilhas estouradas nas sarjetas e madrugadas e viram manchas nas estradas tentando causar incômodo nos passos precisos.)Este livro parece ser mesmo do tipo bolha-ilha. Mas de fantasias, belezas, respiros, suspiros. As páginas reinventam espaços para uma natureza perdida, para um denunciar-se romântico num mundo quase sem saídas.
Pois compartilhar-se é preci(o)so.
Haverá algo de sagrado, haverá algo de profano? Inventando gurus e ninfas, trocadilhos e haicais? Para sanar a mediocridade da vida? Os versos serão fendas nas veias e membranas, derramando linfas da ilha
nos olhos cegos de ver?!
Poetar também é desinflamar sonhos...
E chover, mesmo em mãos despercebidas.
Ou nos versos do autor:E sou apenas um barco
— o que passeia por ele agora —
feito de ciência, filosofia, romance e arte, ou a pura extravagancia do pensar...Clara Baccarin
Artes em Partes - da poesia - Filipe Moreau
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