Otávio Machado faz parte de uma família de poetas para quem a palavra é respiração; por isso, movimento e repouso, ritmo e quietude que nos toca, contagia, e nos impele à apreensão do ritmo original do mundo e à sua respiração essencial. Os poemas reunidos neste Longe do Fim sintetizam uma poesia predominantemente cósmica no sentido de que assemelha-se a um hino multiforme à natureza e às forças universais, ultrapassando todas as convenções que enquadram a realidade em limites definidos. Aqui não é o choque diante do cosmos que está em primeiro plano. Não,o poeta usa da palavra para realizar a possibilidade de integração e harmonia cósmicas quando alarga os seus limites incessantemente, descentrando-se para se conhecer; autocentrando-se, para conhecer o mundo. E, na senda de Heidegger (e em certa medida também Teillard de Chardin),defende que,se o homem ama as palavras,é porque ama o corpo uno e plural do ser,na sua nudez e no seu esplendor.Indícios...
(...)
o tempo são estrelasguardiãs do cosmos
alcançando distâncias:
no fundo da manhã
náufragos sôfregos
resgatam os instantes
cuidando das almas
aos ventos que dobram
renovando as estações.
aprendeste a ler
e n t r e l i n ha s
o todo inconfundívelo rosto sem rosto
no século da sina
na noite dos sonhosna verdade sem som
o cheiro da vida
é a certeza do tempo.
aprendeste a estar iluminada
unificando espera e espaço na
minha existência sobre a tua.
[Poema “Estrelas”]
Por Krishnamurti Góes dos Anjos
Longe do Fim
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