Este livro tinha mesmo de se chamar Mascavo. Como diz, em versos, a apresentação assinada por José Miguel Wisnik, o poema que intitula e encerra este livro “vai sem dó/ ao fundo/ do cafundó/ da culpa/ do medo”. O professor, compositor e ensaísta acrescenta que o texto “masca o açúcar amargo/ do coração tenebroso/ da escravidão/ em nós”. Sim, o poema reverbera a maldita memória até hoje fincada no lombo do Brasil, na voz de um branco que não sabe o que fazer com essa herança terrível. Se o tom carregado não chega a ser exceção, tampouco é regra nesta reunião de poemas, palíndromos, uma canção e experimentos que o autor Beto Furquim chama de “longilogismos”. Como sugere a divisão do livro em partes com nomes do universo musical, soam nestas páginas timbres bem distintos. Brutas ou simétricas, sutis ou radiantes, carregadas de epifania ou de dor, as palavras deste Mascavo compõem, juntas, uma canção de amor à língua que a gente fala, que a gente canta, que a gente grita.
FICHA TÉCNICA
Poesia
Páginas: 96
Formato: 155 x 210 mm
ISSN: 978-85-92875-74-9
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R$82.00Preço
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