Um giro entre as partes que compõem este belo livro, “lua nova”, “primavera”, “gaia”, “alquimia’’, e Thamires Andrade nos conduz à dança, convite sedutor à orquestração de suas palavras tão bem engendradas nesta obra.
O sangue é razão do poema, assim como é a figura da tataravó, nua e impura. Até a abelha que aterrissou em seu quindim constitui a imagem da poesia, e, nesse movimento, os pedaços soltos do centro nunca dormem, seu coração nunca faz silêncio.
A poeta, que põe beleza à mesa com seu passo firme, também constrói um parque de diversões cravado na areia da praia. Nesse baile, de ombros
expostos, somos levados a reconhecer o belo nos seios diferentes.
Neste livro cíclico, o prazer circula nas pernas suspensas e a fluidez da tarde pede mais um dia: eis a fruição estética que nos convoca e nos fascina. São poemas vermelhos, ácidos, paridos com a ressonância da voz de mulher que ovula e dispensa curvex, que escreve com sangue e libido, com suas
asas nuas.
Entre ficar em silêncio e rir sempre na hora errada, a cabra que sobe a montanha também dá a ré no precipício: mastigada pela cidade, faz os cálculos para o certo dar errado. É porque não nasceu no carnaval nem na primavera, não nasceu amena, não nasceu brisa, mas nasceu poeta.
Luciana D’Ingiullo
FICHA TÉCNICA
Gênero Poesia
Páginas 80
Formato 130 x 200 mm
ISBN 978-65-86042-69-6
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R$60.00Preço
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